CAÇADO NA MADRUGADA (Clipe)

 O Cinema Marginal Encontra a Música: “Caçado na Madrugada” Reinventa o Videoclipe

No universo das artes audiovisuais contemporâneas, poucos trabalhos conseguem transcender as convenções do formato videoclipe para se tornarem verdadeiras experiências cinematográficas. “Caçado na Madrugada”, de Hugo Moura, é uma dessas raras obras que desafiam as expectativas e mergulham fundo na linguagem autoral.

O trabalho se apresenta como um delírio visual noturno, construído através da montagem de três filmes independentes que compõem a mitologia do personagem Bob Jean - um caçador de vampiros amaldiçoado. A narrativa fragmentada passeia entre elementos do fantástico e do urbano, criando um mosaico sensorial onde amor, vingança e solidão se entrelaçam sob o véu do sobrenatural.

A estética escolhida dialoga diretamente com o cinema marginal brasileiro, evocando uma atmosfera de contracultura que se manifesta através de enquadramentos inusitados, jogos de luz e sombra, e uma montagem que privilegia o fluxo emocional sobre a linearidade narrativa. A ausência deliberada de playback reforça essa proposta experimental, onde a música e as imagens se fundem organicamente.

SANGUE GAÚCHO (Clipe)

Com narrativa intensa e atmosfera cinematográfica, a faixa “Sangue Gaúcho” - trilha sonora original do filme Bob Jean - funde rock dramático e poesia sobrenatural no coração do Rio Grande do Sul e nas ruas de Botafogo. O cantor, compositor e cineasta Hugo Moura apresenta uma música que transcende o formato tradicional e se apresenta como uma narrativa audiovisual em forma de som. Com letra autoral, interpretação vocal intensa e uma produção que remete a trilhas sonoras góticas, a canção conta a história de Laila Jones, uma vampira do pampa que busca vingança contra Bob Jean, lobisomem e caçador, numa trama que mistura fantasia, regionalismo e drama lírico. Gravada com uma estética minimalista e densa, Sangue Gaúcho aposta no dark folk atmosférico e no rock alternativo sombrio, evocando imagens de luas cheias, becos silenciosos e paixões imortais. A produção musical valoriza o clima cinematográfico da faixa, reforçando o caráter visual e narrativo da canção. Com referências que vão de Nick Cave a José Mojica Marins, Hugo Moura constrói mais um capítulo de sua obra híbrida entre cinema e música. Sangue Gaúcho é uma experiência para se ouvir como quem assiste a um curta-metragem.